sábado, 20 de fevereiro de 2010

Lição 8 - Exortação à santificação


Queridos, que a paz do Senhor esteja convosco!

Estamos mais uma vez com a responsabilidade de transmitir a bendita Palavra de Deus para nossos alunos, e é com toda convicção que tenho em minha alma, que eu te digo que Deus vai falar mais uma vez conosco, amém!
A Bíblia diz em Hebreus 1:1 - HAVENDO Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho.
Eu vou parafrasear esse verso para você: Deus está dizendo que Ele foi o Deus que falou no passado, e que continua sendo o Deus que fala no presente! A questão aqui, não é se Deus vai ou não vai falar, a questão é: Você está disposto a ouvir a voz de Deus e receber o que Ele tem para você?
Como professores, temos que entender que Deus fala primeiro conosco para então falarmos aos nossos irmãos. Nós temos que inspirar nossos alunos a serem como nós somos, então, seja você o primeiro a praticar as lições da Palavra de Deus, pois o método de ensino mais eficaz que existe, ainda continua sendo através de nossas ações (na linguagem cristã, o nosso testemunho). Que Deus abençoe sua aula e seus alunos!

SUBSÍDIO BÍBLICO

Antes de entrar na aula deste domingo, quero fazer duas observações.

1° Vocês devem ter percebido que a minha contribuição para vocês se dá através dos subsídios e de dicas psicopedagógicas para suas aulas. Eu não vou postar uma aula pronta para você, pois, eu não quero criar professores dependentes. Nós não podemos perder o senso de responsabilidade e nem esquecer a ordem que Deus deu para aqueles que ensinam (haja dedicação - Rm 12:7). Temos que pedir à Deus que nos oriente acerca daquilo que deve ser falado, temos que gastar tempo para planejar a aula, temos que pesquisar na bíblia, em comentários bíblicos, temos que ler livros relacionados aos assuntos bíblicos, etc. No entanto, o subsídio postado por mim, contém a essência da mensagem da aula, além de alguns exemplos e referências bíblicas para você usar. A partir do momento que você entende a essência (o principal assunto), o “esqueleto” de sua aula já está montado, basta você criar uma linha de raciocínio lógico para percorrer e tornar o “esqueleto” mais atraente.

2° Existem temas que são polêmicos, e sem dúvida esse é um deles. Tome cuidado para não deixar que polemizem sobre o assunto na hora da aula, pois isso só vai gerar problemas. Os psiquiatras (médicos que estudam o funcionamento do cérebro) descobriram que existe critérios na hora de armazenar infomações na memória. Informações que são acompanhadas de grande quantidade de emoções, normalmente ocupam um lugar privilegiado no cérebro humano. Então, se na hora da aula, for criada alguma polêmica gerando alteração nos ânimos, é bem provável que a informação que seus alunos mais irão se lembrar será da discussão em aula, e você pode ficar feliz se eles se lembrarem de relance sobre alguma coisa à respeito do assunto. Tente evitar ao máximo esses stresses, mas mesmo assim, esteja preparado caso eles toquem nos assuntos de doutrinas e costumes da igreja. Vou dar uma breve explicação.
Costumes podem ser: regionais ou locais; ou também temporais. Regionais ou locais porque variam de lugar para lugar ( ex. existem países que se você não arrotar na mesa depois de uma refeição você está cometendo um grande desrespeito, já aqui no Brasil, se você fizer isso é sinal de falta de educação. São temporais porque variam de tempos para tempos, ( você se lembra que a alguns anos atrás, na nossa igreja era pecado tomar coca-cola???).

A doutrina, no entanto, é universal! Ela rompe a barreira de tempos e de civilizações. Ela é a mesma para japoneses e também para americanos e vale para todos os tempos.
Quando falo isso, sempre me perguntam se eu sou contra os costumes, mas, na realidade eu não sou contra! Eu creio que existem costumes que são preciosos, e que devem ser preservados até à volta de Cristo, no entanto, tem outros que já deveriam ter sido abolidos do nosso meio a muito tempo. O parâmetro para saber fazer diferença entre os que devem continuar sendo praticados, e os que não devem, sempre foi e tem que continuar sendo a Palavra de Deus! Se o tal costume infringir a regra máxima que Jesus deixou para a igreja (Mc 12:33 ), então ele só traz prejuízo e você está PECANDO, agora, se não deixa de lado o mandamento maior, pode praticar sem culpa nenhuma.


Vamos lá!

(II Corintios 6:3) - Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado; 4 - Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, 5 - Nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns,
Nesta passagem, “paciência” significa “resignação”. Essa expressão retrata o soldado que persegue a vitória no campo de batalha, apesar da oposição, e não o cristão sentado em uma cadeira de balanço sem fazer nada. As batalhas que Paulo enfrentou em obediência a Cristo provavam a sinceridade e abnegação de seu ministério. Ele passou por esses infortúnios porque era obediente e representava uma ameaça para Satanás, e não por ser desobediente e precisar de disciplina. Os “açoites” referem-se às surras que sofreu; os “tumultos”, às multidões que enfrentou; os “trabalhos” lembram-nos da labuta diária dele a fim de sustentar a si mesmo e aos companheiros; as “vigílias” descrevem as noites de oração e de ministério da Palavra de Deus em que não dormiu; os “jejuns” indicam que, muitas vezes, ele ficava sem alimento. Nenhum ministro falso aturaria tanto. (COMENTÁRIO BÍBLICO WIERSBE – NOVO TESTAMENTO, p. 530)

A introdução destaca novamente o sofrimento de Paulo, sofrimento que era decorrente do cuidado dele em favor da igreja. Isso foi intencional, porque é preciso mostrar a situação de Paulo com os coríntios e vice-versa. Nesse momento, ele muda radicalmente o seu discurso. Ele passa a doutrinar a igreja de Corinto, ou seja, parece que ele já não se lembra do descaso que fizeram dele. Isso é muito importante falar, porque na realidade, todos nós passamos por momentos difíceis em nossas vidas. Paulo não perdeu o seu foco, ele sabia perfeitamente o que ele era (apóstolo pela vontade de Deus - I Co 1:1) e o que ele tinha que fazer (amar à Deus e também o seu próximo - Mt 22:37-39). Se não formos vigilantes, fica fácil perder de vista o nosso alvo, (principalmente quando somos atacados) e quando isso acontece, nos metemos em discussões, em conversas que não podemos, começamos a guardar rancor de um e de outro, e então, o problema se agrava. Paulo aprendeu muito bem lidar com essas questões. Sem nenhuma mágoa, ele volta a falar de coisas que realmente interessam. Paulo já havia destacado o ministério da reconciliação (que foi estudado na lição 6 ), e agora, ele começa a criar um clima amigável entre eles, porque precisava falar de um assunto precioso: a santificação. A reconciliação está relacionada com a santificação. Enquanto na reconciliação, Deus faz as pazes com a humanidade através do sacrifício de Jesus, na santificação, temos uma maneira de manter essa comunhão intacta, perfeita. Paulo estava exortando aos coríntios que não desperdiçassem a oportunidade que Deus havia dado à eles (II Co 6:1), eles já haviam recebido de Deus o presente da comunhão, mas manter essa comunhão, era tarefa deles.

Santificação significa “tornar-se santo”, “consagrar”, “separar do mundo” e “apartar-se do pecado” a fim de termos ampla comunhão com Deus e servi-lo com alegria. (Bíblia de estudo Pentecostal, estudo “A santificação” p. 1937)
Esse termo não subentende uma perfeição absoluta, mas a retidão moral de um caráter imaculado, demonstrada na pureza do crente diante de Deus, na obediência à sua lei e na inculpabilidade desse crente diante do mundo. O cristão, pela graça que Deus lhe deu, morreu em Cristo e foi liberto do poder e domínio do pecado, por isso, não precisa nem deve pecar, e sim obter a necessária vitória no seu Salvador, Jesus Cristo. (Bíblia de estudo Pentecostal, estudo “A santificação” p. 1937).

Estamos falando que a santificação mantém o crente ligado à Deus, e essa relação é importante para o homem, mas Deus também se interessa em manter essa comunhão conosco. O Espírito Santo nos ajuda em nossas fraquezas (Rm 8:26 ) e vai nos aperfeiçoando para estarmos cada vez mais pertinho do Mestre, não é à toa que o Espírito Santo é chamado por Pedro de “Espírito de santificação” (IPe 1:2). Quero lembrar também para aqueles que querem se manter santos, que eles devem obrigatoriamente amar a Palavra de Deus, sentir Nela prazer ( Sl 1:2) e Nela meditar sempre. Para aqueles que aceitam Jesus, seus pecados são perdoados mediante o Seu sangue, e para os que estão em Cristo, eles são santificados pela Verdade ( Palavra de Deus) Jo 17:17.
A santificação é um processo que vai acontecendo aos poucos, é paulatina (Pv 4:18), e na verdade precisamos pedir que o lavrador (que é um exímio jardineiro) vá trabalhando em nós:

( Jo 15:2) “Todo ramo que, estando em mim , não der fruto, ele corta, e todo aquele que dá fruto, limpa para que dê mais fruto ainda.”
A poda fere, machuca, mas é necessária para que aquilo que é bom seja aumentado ou melhorado. Deixemos portanto, que Deus pegue a podadeira da disciplina e vá eliminando o que for preciso. Em nossas vidas, há coisas que devem ser cortadas. Algumas, apenas diminuídas, outras, totalmente decepadas. Confiemos no lavrador! Ele sabe o que faz. Aqui, corta um broto de egoísmo, ali, um ramo de preconceito. Passa a foice de alto a baixo pelo tronco e elimina a linguagem suja, a gritaria em casa, a fofoca e a mentira. Alguns brotinhos são tão minúsculos e tenros, que não é preciso ferramenta, basta a unha do Jardineiro, como aquela pequena ponta de inveja... E´ bom mesmo que seja eliminada antes que cresça. Outras obras da carne desenvolveram-se tanto que só mesmo uma podadeira afiada é capaz de extirpá-la. Como aquele ramo de hipocrisia... Algumas coisas são boas, mas não podem crescer demasiadamente ou tornam-se nocivas. É o caso da auto-estima, por exemplo. É bom termos a noção de nosso valor, conhecermos nossas habilidades, todavia, “nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmos. ( Fl 2:3)” (ANDRADE, Marta Doreto de. “Quando o Amado desce ao jardim.” RJ : CPAD 2004, p. 191)

Quero encerrar comentando a expressão “jugo desigual”.
Jugo desigual: Quando Paulo usa esse termo, ele está trazendo a mente dos cristãos, uma prática que era comum naquele tempo. A lição já traz uma explicação histórico–cultural à respeito desse assunto, então não vou repeti-lo. O que eu quero destacar é o fato de que os bois andavam lado à lado , unidos pelo jugo. Paulo está se referindo à intimidade nos relacionamentos sociais que os cristãos têm que manter. Ele queria dizer que os cristãos não podem andar lado à lado com os infiéis, não podemos ter relacionamentos muito próximos dos que não são servos de Deus, não por preconceito, mas porque não temos muita coisa em comum. A própria natureza nos dá exemplos disso: Rolinha anda com rolinha, pardal anda junto de pardal, então crente tem que andar com crente! Que Deus abençõe vocês!

Por Prof. Nei Paulino

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